Estou em
casa há sete semanas. Lógico que já me adaptei, pois vivi a maior parte da
minha vida aqui e tudo é familiar. O que não significa que me conformei ou
acomodei - com tanto tempo livre (férias, desemprego, transição de carreira?) o
que mais tenho feito é refletir. Bate uns momentos de incerteza, desânimo,
outros de tranquilidade e confiança que tudo vai dar certo.
Dúvidas,
insônia, dores de cabeça, então me pergunto: será que rodei o mundo e não
aprendi nada? Continuo nesta busca de sabe-se lá o quê! Mas daí eu mesma me
respondo: no dia em que eu chegar a uma resposta definitiva, a um estado de graça,
não terei mais sonhos ou motivação.
Decidi que
ao invés de focar no que NÃO tenho feito (não tenho me dedicado à meditação e à escrita o quanto gostaria) e me sentir frustrada, vou parar um pouco e pensar
nas pequenas coisas boas que tenho feito e descoberto:
1- Família:
na maior parte do tempo é cada um ocupado com seus afazeres e hobbies, mas há
aqueles momentos em que de repente está todo mundo sentado em volta da mesa.
Momentos assim são fantásticos! Assistir a um filme com os irmãos, cozinhar,
ajudar uma prima a conseguir o primeiro emprego, deitar no colo da mãe, é disso
que eu sentia falta.
2- Comida:
Tenho tentado manter a forma, mas a melhor comida do mundo é a brasileira e a
melhor comida brasileira é a mineira, preciso dizer mais nada.
3- Exercício:
pra compensar o item acima, tenho caminhado/corrido no parque. Essa energia e
motivação eu aprendi na Bélgica. Meu parque não é como o do Castelo de
Gaasbeek, mas é ótimo pra pensar (escrevi metade deste texto lá).
Saudável e
em forma, bem alimentada de nutrientes e amor, passo os dias a estudar. Isso mesmo,
eu estudo nas férias! Espero excelentes oportunidades de trabalho nos próximos
meses e quero estar preparada.
1- Comecei
um curso de Pós-Graduação em Neuropsicologia Educacional (que nome chique!) e
espero aprender muito. Fugi da pós em Língua Inglesa porque estou louca pra
aprender algo novo, mas que enriqueça minha prática em educação. Além disso, me
dei esses 14 meses de curso para me decidir e preparar para o passo seguinte.
2- Francês
e Holandês: não tenho vergonha de admitir que morei lá um ano e não fiquei
fluente. Só por milagre, viu, porque as duas línguas me confundiram bastante. Meu
francês não é perfeito mas sofreu uma melhora gritante. Meu holandês ainda é
sofrível, mas não desisto. Devagar e sempre - uso livros, gramática, emails e
chat com amigos, vídeos, notícias online, tudo o que for útil para a
aprendizagem.
3- Escolas,
métodos, inovações em Ensino de Língua Inglesa: ano passado fiz um curso de
TEFL (Teaching English as a Foreign Language) e tenho certificado para lecionar
em vários países! Tenho ficado antenada aos diferentes métodos de ensino e
novidades na área (turmas multinível, aulas via skype, telefone, etc).
4- Empreendedorismo,
marketing de rede, enriquecimento pessoal: é minha novidade pessoal. Tenho
pavor a ficar estagnada, quero aprender e crescer. Foi a Quézia (ex colega da
faculdade, inclusive uma das pioneiras das Au Pairs de Montes Claros) que me
apresentou a empresa e o conceito, que me interessou muito. Vou fazer o
treinamento de vendas da Up! Essências e logo estarei no time de
representantes. Se dará certo ou não, se terei sucesso no ramo, só há um jeito
de saber! Depende também do ponto de vista: aprender habilidades novas e
conhecer pessoas já valerá a pena.
Na empolgação, já li dois livros:
a)
Rich
Dad, Poor Dad (Pai Rico, Pai Pobre) de Robert Kyiosaki. Sua principal lição é
não trabalhar por dinheiro e sim deixar o dinheiro trabalhar por você (se você
possui um negócio que não requer tanto sua presença por exemplo). Ele recomenda
ao jovem começar a buscar empregos mais pelo quanto vai aprender do que pelo
que vai ganhar; fazer cursos, seminários, palestras que vão te ajudar a crescer
no negócio e se rodear de pessoas inteligentes. Você deve também se inspirar
nos seus heróis e pensar grande.
b)
A
menina do vale, de Bel Pesce. Conheci a história da Bel enquanto lia o site
Pequenas Empresas, Grandes Negócios. Pensei “Oba! Ebook grátis!” e antes de eu
terminar de ler, todo mundo só falava nela. Menina porreta, essa! A história
dela em si já é inspiradora e o livro dá dicas de sucesso no mundo
empreendedor. O que mais marcou sua fala, para mim, foi a importância de haver paixão
pelo que se faz e acredita, trabalho duro e em equipe, flexibilidade e
humildade para se ver os erros e consertá-los a tempo.
Tudo
o que leio eu tento filtrar e transferir para minha realidade. Estou de mente
aberta à procura de boas ideias. Por exemplo: como inovar no ensino de inglês?
O que os alunos querem ou precisam? O que não funciona e precisa mudar? Sobre o
quê as pessoas querem ler? Como posso desenvolver minha escrita para tocar mais
a vida das pessoas?
Me veio uma explosão de inspiração, percebi que nem escrevi sobre a
última viagem (Valência) e ainda quero refletir mais sobre alguns dos assuntos
acima, sobre o que aprendi sendo Au Pair e ainda tirar uns continhos do
rascunho, mas já escrevi bastante e agradeço aos pacientes leitores que me dão
apoio até hoje! Deixem comentários e ideias abaixo, please – por favor – s’il
vous plait – alstublieft!