Thursday, April 28, 2011

No Mar do Norte

Nas praias de Knokke-Heist, Bélgica há um costume que me intriga e fascina. As crianças fazem flores de papel crepon e levam para a praia. Lá elas montam uma espécie de loja de flores, onde outras crianças vêm e escolhem qual das flores querem comprar. O interessante é que a moeda de troca são conchinhas, mas não qualquer conchinha achada na areia! As conchas usadas para o comércio de flores são mais difíceis de encontrar e têm que ser brilhantes por fora (como se tivesse uma base de esmalte) e por dentro, nas bordas, têm que ter uns dentinhos, que são sentidos quando se passa a unha. Qualquer concha que não tenha essas qualidades é dinheiro falso! Vi que as crianças sempre verificam e contam as conchinhas antes de completar a troca.
Só quem vive na área ou passa muitos verões lá sabe realmente o valor e o significado desse costume, como a socialização entre as crianças, noções de troca e comércio, etc. Vi lojinhas de todo tipo - algumas bem elaboradas com as flores espetadas num montinho de areia e o preço de cada uma escrito no interior de conchas grandes; observei crianças que não falam a mesma língua fazerem negócio escrevendo o preço na areia com o dedo. Elas escolhem não só as mais bonitas e coloridas, mas as de melhor confecção; ficam felizes quando alguém se aproxima e atentas à chegada de novas famílias que montam suas lojas.
Atividade única e original das praias de Knokke-Heist. Vivendo e aprendendo!

Sunday, April 3, 2011

Sobre ser Au Pair


Au Pair é um programa de intercâmbio em que você mora na casa de uma família, cuida das crianças e faz cursos a sua escolha. É o programa mais em conta, considerando o valor e as vantagens (em um ano você pode viajar e aprender MUITO; você não tem despesas com hospedagem e alimentação e ainda recebe um salário semanal).
Eu fui Au Pair nos EUA por um ano e meio e lá conheci e convivi com muitas Au Pairs, então sei que a motivação e as impressões sobre essa experiência no país são individuais e diferentes. Assim sendo, aqui falo por mim: decidi ser Au Pair nos EUA porque 1) amo  falar inglês e sonhava em viver num lugar onde o inglês fosse falado o tempo inteiro ao meu redor e 2) quero rodar o mundo mas não tenho condições financeiras de mochilar, estudar ou passar férias em outro país (por enquanto).
Foi a melhor decisão seguida da melhor época da minha vida! Não vou entrar em detalhes, mas posso dizer que me diverti horrores, viajei o máximo que pude, conheci pessoas que marcaram minha história pra sempre, aprendi e amadureci. Aprendi principalmente que, quando corremos atrás, trabalhamos com coragem e fé, nenhum sonho é impossível.
Desde então muita gente me procura perguntando sobre a minha experiência e pedindo conselhos. Tudo o que tenho a dizer é: tá esperando o quê, aproveita a chance, o momento e bote o pé na estrada!
Para ir aos EUA como Au Pair é preciso uma agência. É através dela que você vai organizar toda a sua documentação e encontrar uma família. É também a agência que vai te dar suporte enquanto durar seu programa. Eu fui pela Cultural Care Au Pair e não tenho nada a reclamar. Mas há muitas outras, entre elas a CI, Au Pair in America, STB, Au Pair Care, etc. Você tem que se encaixar em alguns requisitos como: ter experiência com criança (número de horas varia pra homem e mulher. Sim, homem também pode!), carteira de habilitação, inglês intermediário e até 26 anos.
Por outro lado, para ser Au Pair na Europa não é necessário agência e a idade varia entre os países (máximo de 29 anos na França, se não me engano). O programa não é regulamentado por todos os governos (Espanha, por exemplo), então você pode ir com a cara e a coragem e conseguir um emprego de babá, mas pra ser Au Pair mesmo, com visto adequado, tem que checar os países certos de acordo com seus interesses culturais e linguísticos (pelo menos esses são meus interesses). O processo e os critérios são parecidos com o dos EUA nas agências. Agora para quem decidir ir por conta própria, existem sites comos o aupair-word.net em que você faz um perfil e procura por famílias. É meio arriscado, você tem que ficar mais antenada e se precaver pra não cair em cilada de família maluca, mas a maioria das meninas que vão pra Europa é sem agência mesmo e dá certo (uma boa dica é conversar com as Au Pairs anteriores a você). Então você tem que conversar muito com eles, organizar toda documentação necessária para visto, comprar passagens (dependendo do acordo com a  família). Os sites das embaixadas e consulados e até grupos de discussão nas redes socias (Orkut, Facebook) ajudam muito nesse processo.
Acho que é isso. Gosto muito de ajudar e motivar os sonhadores como eu. E posso dizer pra terminar que ser Au Pair é MUITO mais do que ser babá e é por isso que vou encarar essa aventura pela segunda vez!