Monday, June 29, 2009

Por que não solidão?




Uma pessoa deveria ter o direito de se isolar sem ser rotulada de “estranha”, ou “antisocial”. Afinal, qual é a urgência em sair, em curtir, em “aproveitar” a vida? Não posso aproveitar minha vida em minha própria casa? Livre do câncer de pele, da alergia ao pólen, das multas de estacionamento, da ressaca, das bactérias. E no fim das contas não sou só “eu”, sou eu e meus livros, eu e minha televisão, eu e meu computador, eu e meus DVDs, eu e minha cozinha, eu e minha cama, eu e meus pensamentos incontroláveis.
Ficar sozinho em casa não é problema. Problema é ficar preso no trânsito, nas filas quilométricas. Problema é ir em banheiro público, comer algo que você não sabe de onde veio e como foi preparado. Dar entrada gratuita a todos os tipos de germes existentes: isso é problema.
Mas devemos ser sociáveis! Devemos manter contato com as pessoas, ter um milhão de amigos, senão você não é normal, não é feliz. Satisfaço minha cota de sociabilidade usando o telefone, a internet e o correio, muito obrigado.
Todos os dias às seis e meia da manhã levanto da cama, vou ao banheiro, desço as escadas, aqueço uma tijela de leite no microondas, misturo dois tipos de cereal, assisto às notícias enquanto como, tomo um banho, me visto e saio para o trabalho. Enfrento o tráfego, enfrento o chefe, a sala minúscula que ocupo, os colegas mal humorados, as refeições apressadas… todos os dias. Chego em casa, tomo um banho, assisto tv, vou dormir. No fim de semana tudo o que quero é descansar em paz. Telefone toca, não atendo. Alguém bate na porta, finjo que não estou em casa. Tenho sido feliz assim, exatamente assim: estranho e antisocial. No momento não preciso de mais nada. Principalmente de críticas e palpites.

(Ana Elisa)

11 comments:

Brunno Souto said...

o ruim dos seus textos é que eles acabam.

MegaLeve said...

Hum!!! Já tive uma vida assim, praticamente só dormia em casa durante a semana, no fim de semana não queria ver ninguém, era só eu e eu (livros, filmes, momentos...). Mas, depois conheci uma galera do mal e hoje por mais que eu queira ficar sozinho eu não consigo... me sinto até dependente... sinto saudades da época em que eu mesmo me bastava... eita... to precisando ficar sozinho... aprender e curtir fazer isso novamente!!!

Ana Elisa Miranda said...

as vezes eh bom mesmo neh, mas sem exagero =)

Hiram said...

zuuuuuuooooooaaaa nem li teus texto...preguiça d+ xD....mas adorei teu brogui. bjo

Fran Oliveira said...

Sempre temos nossas épocas de isolamento, afinal, tem coisa mais chata que gente chata?
rs!

KID PSICÓTICO said...

To meio q nessa aí, moro só numa cidade estranha, não tenho ninguém da familia por perto, não conheço muita gente... enfim, vou trabalhar, vou estudar, volto pra casa e vou ler, ver tv e curtir o momento. Ficar só até que é bom, e muitas vezes extremamente necessário. Mas sempre é bom estar em boa companhia. E nada melhor do que bons amigos para curtir a vida.

Ananda said...

Ana, vc tbm é espiã? hahaha

Sempre fui assim. As vezes é legal compartilhar um café, uma fofoca, uns cinco minutinhos com alguém, um amigo... Mas é em casa, em meio as minhas artes, livros, músicas e vídeos é que me encontro, é onde está a minha paz.

Por que sim, solidão!
E preciso concordar: o ruim dos seus textos é que eles acabam.[2]

Beijos, Ana! Conitnue nos brindando com suas escritas.

Ana Elisa Miranda said...

ananda =) nao sou espia. haha, obrigada pelo carinho.

BJO

Joo said...

Sou eu que faço sim, Ana!

Solidão, solidão.. Um mal necessário!

Camila M. said...

Quanto tempo não passo por aqui!

Solidão é necessário. É um conhecimento de si próprio.

Só não gosto quando usam a solidão como auto-flagelação

Matteo said...

Vc ja sabe que eu penso sobre isso.. mais e' verdade que vc termina o seus testo troppo rapidinho!!! nao sei que e' mais gosto muinto dellis.
abraco