Monday, September 27, 2010

Meu relógio de pulso estava com a bateria morta há mais de um ano. Finalmente resolvi ir trocar e, ao observar o senhor trabalhar, trocar minha bateria e acertar a hora, me peguei pensando no tempo. Na verdade, estava imaginando em que o senhor relojoeiro fica pensando o dia todo enquanto trabalha silenciosamente com marca-tempos : relógios. Será que ele pondera sobre o quanto o tempo é traiçoeiro e passa rápido demais quando queremos aproveitar cada segundo? Ou devagar demais quando queremos que um determinado momento chegue? Será que na sabedoria de sua idade ele chegou à conclusão de que o tempo cura qualquer ferida e resolve qualquer problema? Nunca saberei.
Mas tenho pensado muito na vida, no tempo, na sua imprevisibilidade e poder.
Meus colegas de faculdade organizaram um almoço, um reencontro. Foi a primeira vez que estive com um grupo reunido, depois de três anos. Foi surreal contar e ouvir tantas histórias – quem casou, quem teve filho, quem se mudou da cidade. Houve um momento que minha mente viajou até os primeiros dias de curso, as expectativas e medos que tínhamos, as decisões que tomamos, como tudo era diferente e como tudo o que vivemos nos levou até o hoje.
Fiquei feliz em revê-los. Pessoas com as quais convivi e compartilhei muito da minha vida durante quatro anos. Sempre serão uma importante parte de minha história. E o tempo? Não tem o poder de apagar esse tipo de coisa.
(Ana Elisa)


Wednesday, September 22, 2010

Este é o meu pai! Meu exemplo de coragem, honestidade, generosidade, gentileza, paciência, amor e muitas outras coisas que não caberiam aqui e nem precisam ser ditas, né? Vocês entenderam, rsrs*
Esta é minha homenagem ao homem da minha vida, que faz aniversário hoje e que ontem comemorou 26 anos de casamento com minha mãe. Amo muito vocês dois!!!
“Um homem nunca se banha no mesmo rio duas vezes. Na segunda, já não é o mesmo homem, nem o mesmo rio”.
Foi com esta frase em mente que me preparei pra voltar ao Brasil. Meu medo era estar dando um passo pra trás, regredindo – voltando a morar com os pais, trabalhando na mesma escola, na mesma profissão que me deixava tão insatisfeita. Porém a ideia contida nessa frase é tão verdadeira e me fez compreender que apesar de estar voltando ao mesmo lugar, ao mesmo trabalho, às mesmas pessoas que deixei... eu não sou mais a mesma, e a forma como vou lidar com minha velha-nova vida é que vai determinar meu progresso e minha felicidade.
Mas enfim, já estou aqui há um mês e foi tempo suficiente pra muita observação, muito pensar (razão das minhas dores de cabeça quase diárias) e sim, já tenho vontade de botar o pé na estrada novamente.
Primeiro pensamento ao me aproximar do sertão mineiro: “Estou em casa!” Seguido de “O quê que eu tô fazendo aqui?” Não me entendam mal, estou feliz por estar em casa, com minha família e amigos. Mas poxa vida, como está seco, sujo e feio aqui. Eu até sentia o gosto da poeira na minha boca. Isso mesmo: gosto de poeira!
Em segundo lugar, tive que desacelerar meu ritmo e me acostumar a não ter as coisas e lugares que eu gostava lá, assim como as pessoas e atividades que fazíamos. Mas isso está sendo remediado pelos fins de semana em família e pelos novos projetos.
Até hoje estranho como as ruas são estreitas, às vezes falo coisas em inglês sem querer e nunca vou me readaptar a essa sensação de insegurança e medo. Interessante como me senti mais confortável e segura vivendo em outro país, sozinha do que no meu próprio.
De vez em quando tenho a sensação de que estive dormindo esse tempo todo, tendo um sonho bom, e que agora acordei, como se eu nunca tivesse saído daqui. Mas as lembranças, amigos, e pricipalmente o aprendizado, a força e a coragem que adquiri não me deixam esquecer que essa experiência me transformou. Não sou a mesma pessoa e não me banho no mesmo rio.
(Ana Elisa)

Thursday, September 2, 2010

Aqueles que nascem pra viajar deveriam nascer preparados pra saudade. Mas as boas coisas da vida, as que deixam memórias e ensinamentos não são fáceis. Vivi em outro país por 18 meses, aproveitando cada dia, mas sentindo falta do meu lar, da minha família. Voltei, e agora sinto falta dos amigos de lá, dos lugares que visitei, do sentimento de novo.
A vida é feita de ciclos e todos precisam chegar ao fim para que se comecem os novos. Estou aberta ao novo ciclo, sendo melhor ou pior, mais ou menos complicado. Ele fará parte da minha história, da minha jornada e de quem eu sou.
Quanto a saudade, talvez um dia me acostume, mas nunca será fácil.