Friday, December 31, 2010

Sobre o Ano Novo

   Comecei 2010 em solo novaiorquino, respirando o ar gelado do inverno. Claro que foi especial, mas nada de extraordinário. Os 365 dias que se seguiram, esses sim, foram maravilhosos. Não achava que tanta coisa cabia em um ano só, mas na intensidade de 2010 aprendi e cresci.
   Resolvi ver a vida como um todo, um dia após o outro. Não importa que hoje seja 31 de Dezembro e amanhã 1 de Janeiro. Não faz diferença. Não farei promessas de ano novo que nunca serão cumpridas, nem superstições de passagem, rituais ou macumba. Farei o que quero que seja uma constante em minha vida: estar perto de gente amada, com pensamento e atitude positiva, pedindo a Deus saúde e proteção, vivendo – e não apenas presenciando – o momento.


  I began 2010 in New York, breathing the cold winter air. Of course it was special, but nothing extraordinary. The following 365 days, these were wonderful. I didn’t think so much could happen in one year only, but in the intensity of 2010 I learned and grew.
   I decided to see life as a whole, one day after the other. It doesn’t matter that today is December 31st and tomorrow is January 1st. It makes no difference. I won’t make New Year promises that will never be kept, nor passage superstitions, rituals or “macumba”. I’ll do what I want is a constant in my life: be close to beloved people, with positive thoughts and attitude, asking God for health and protection, living – not just seeing – the moment.

Thursday, December 30, 2010

Meus 15 minutos de fama

Já dizia Andy Warhol: “No futuro todos serão famosos por 15 minutos.”





No dia 23 de dezembro reuni na minha cidade natal amigos e familiares queridos para compartilhar a alegria de um momento tão importante e especial em minha vida – o lançamento do meu primeiro livro.

Obrigada àqueles que estiveram presentes e também àqueles que, mesmo não podendo ir, enviaram energia positiva J Agradeço também o apoio incondicional e constante da minha família, em especial meus pais; Nando e Du pela decoração; tia Gera e equipe pelo buffet e mais uma vez, a Brunno, por tudo. Um agradecimento especial ao Bethel Liliane Xavier Oliveira da Ordem Internacional das Filhas de Jó pela homenagem surpresa (ninguém entendeu porque Laís me chamava de Tia haha) e pelo lindo buquê.






Pra fechar a noite, a participação do Trio Jota Sá -  envio meu abraço à linda e talentosa Juliana Gorayeb e desejo toneladas de sucesso J


Em Montes Claros estivemos na Livraria Nobel e foi uma noite super tranquila a agradável. Obrigada a todos os colegas, ex-colegas, alunos, ex-alunos, amigos e familiares. Um beijinho especial para Bernardo e Larinha que fizeram muita gente babar hehe :) 

Enquanto isso... umas historinhas em off:

Sou Phyna #1: entrevista na rádio! (tudo bem, Rádio Raízes, mas vale né?!)

Sou Phyna #2: anúncio do lançamento na TV (nem sabia que ia passar e estava assistindo, imagina minha cara de idiota kkk)

Sou Phyna #3: Igor, 8 anos, grampeando folhas e desenhando na frete.
Mãe: “O que você está fazendo, Igor?”
Igor: “Vou escrever um livro, igual Ana Elisa!”

Sou Phyna #4: dei meu primeiro autógrafo! (assinei e dediquei um monte, pra conhecidos, mas esse foi do nada, tão espontâneo! Ok, estou na Nobel e o vendedor mostra meu livro a uma garotinha, converso com ela e o pai, saio da livraria e ela vem atrás porque decidiu comprar e queria que eu assinasse! Imagina minha cara de idiota2)

Qualquer dia desses... eu planto uma árvore e tenho um filho.


Wednesday, December 15, 2010

Lançamento


“Qualquer dia desses… eu escrevo um livro. Não será o próximo Harry Potter ou Crepúsculo, mas será o meu livro! E terei meus próprios leitores, imaginem só! E terei minha obra nas livrarias, bibliotecas, e mesinhas de cabeceira. Não serei uma imortal como o Machado de Assis, nem famosa como o Paulo Coelho, mas minhas palavras entrarão na imaginação das pessoas.
Sonhava que qualquer dia desses eu seria capaz de despertar talvez a mesma curiosidade que sinto ao escolher um novo livro da estante, a mesma emoção ao decodificar seus mistérios, o mesmo entusiasmo ao recomendá-lo a um amigo.
E este dia chegou.”

É com grande alegria que venho convidá-lo para o lançamento do meu primeiro livro, Qualquer dia desses, que se realizará nos dias:

23 de dezembro de 2010 às 20h na  Loja Maçônica Luzes da Fraternidade e Justiça, em Francisco Sá – MG.

28 de dezembro de 2010 às 20h na livraria Nobel, Montes Claros Shopping.

                                                    

Com os cordiais cumprimentos e aguardando sua presença no evento,
Ana Elisa Silveira Miranda

Friday, December 3, 2010

Perda


Sabia que seria a última vez que olharia em seus olhos. Ele foi meu amor. Ele foi minha vida. Nós tivemos o que a maioria das pessoas passam a vida inteira procurando – amor de verdade, felicidade, companherismo incondicional e confiança. Estivemos  juntos por vinte e sete anos e lá eu estava, sentada ao lado da cama, segurando sua mão e olhando aqueles doces olhos castanhos. Não conversamos. Não precisava. Ambos sabíamos o que estava para acontecer.
Os problemas renais dele vinham ficando piores desde o ano anterior. Os médicos disseram que ele precisava de um transplante. Nenhum de seus três filhos era compatível. Sua esposa, vivendo num mundo de fantasia, nem sabia o que estava acontecendo. Então, veio como uma piada; meus exames mostraram que eu poderia ser a doadora. Eu, a amante, a intrusa. Irônico.
Ele nunca me prometeu nada. E eu estava perfeitamente feliz daquele jeito. Por um lado, eu tinha mais que ela. Ele não podia se separar, não com a doença tomando conta da sanidade e saúde dela tão rápido. Ele era um homem bom. E eu tinha seu amor, atenção, seu tempo. Tudo estava bem. Por vinte e sete anos, lidamos com tudo – a família dele, a minha, o julgamento da sociedade. Mas estávamos bem.
Nunca o deixei durante o tratamento. Quando soube que eu poderia ser a doadora, não hesitei. Fizemos a cirurgia e dei um pedaço de mim a  ele. Parecia tão natural, a coisa certa a fazer. Me recuperei muito rápido, mas ele teve complicações. Fizeram tudo o que podiam, mas ele não melhorava. Ele lutou pela vida por mais de um mês, mas todos sabiam que seria inevitável.
Não fui ao funeral. Sofri sozinha olhando para as flores desabrochando no nosso parque favorito. Por um momento, me senti perdida. A vida como eu a conhecia tinha acabado. Eu escolhi viver longe da minha família e perto dele. Não tive filhos. Estava sozinha. No entanto, depois de tanto tempo, aprendi muito com ele. E é isso que vai me levar adiante. Ele me ensinou a não me preocupar com o amanhã, porque se preocupar com o hoje era o bastante; e a não permitir que minha felicidade dependa de algo ou alguém. Com ele, encontrei alegria dentro de mim.  Estava feliz por termos tanta história, por ter feito tudo o que pude para ajudá-lo e por ter acabado. Ele não sofria mais. Nem eu. 

Ana Elisa Miranda

Texto inédito :) Não está no livro Qualquer dia desses (Lançamento dia 23 de dezembro na Loja Maçônica Luzes da Fraternidade e Justiça às 20h)