Este é o primeiro "guest post", ou postagem de um convidado, aqui no Qualquer Dia Desses. É uma honra começar com a querida Maitê, companheira de várias viagens e passeios pela Europa, falando sobre sua cidade maravilhosa!
"Antes de tudo, quero dizer que é um prazer
e uma honra escrever no blog da Ana, uma grande amiga e uma mulher inspiradora.
Voltar para casa
depois de morar fora do Brasil não é fácil. Eu sempre soube disso porque era
uma opinião unânime (ou praticamente) entre as minhas amigas que retornaram.
Até que chegou a minha vez. Então, eu tive a certeza de algo que sempre tocou
meu coração: não existe lugar no mundo como o Rio de Janeiro.
É claro que eu
tive o impacto esperado (leia-se, negativo), mas a cada manhã de sol que eu
olhava para minhas duas cidades (nisso incluo Rio e Niterói – o outro lado da
poça), eu sabia que estava exatamente onde deveria estar.
Eu lembro que
quando estava em Roma (numa viaja feita com a Ana), na primeira vez que desci
na estação de metrô e dei de cara com o Coliseu, enorme, imponente, milenar,
pensei: que privilégio os romanos têm de contemplar esse monumento em sua
rotina. Pensei o mesmo dos parisienses com a Torre Eiffel. E quando voltei para
o Rio, vi que eu era tão privilegiada quanto eles, porque eu era carioca.
O Rio é
deslumbrante por natureza e essência. É o Cristo (Redentor), o Pão de Açúcar, o
Jardim Botânico, a Floresta da Tijuca e mais. É a favela, a Lapa, a cultura, os
famosos que caminham naturalmente pela cidade e muito mais. É o carioca em si,
que esbanja simpatia e falta de educação – acreditem, muitas vezes ao mesmo
tempo! É o samba, a Bossa Nova, o pagode da esquina, as praias onde todos se
encontram, independente de quanta grana tenham no bolso ou de quanta bobagem
saia pela boca. É o calor indigno e as tempestades desastrosas de um fim de
tarde. É a ponte Rio-Niterói e, de tão grande, é também o outro lado da poça,
com o museu do Niemeyer e a melhor vista da cidade. É a baixada fluminense, o
Funk e os milionários da Zona Sul que pagam pequenas fortunas para dançar o
ritmo que toca na periferia. O Rio é tanto que consegue ser mais até que a
violência (quase) insuportável, os preços absurdos, os serviços mal prestados,
o descaso do governo e do povo. É o pôr do sol no Arpoador.
O Rio é tudo. Um
resumo deste Brasil tão grande que não se define em poucas palavras."
Maitê é jornalista, viajante, Couchsurfer profissional. Confiram o blog Ano sem Verão e suas ótimas histórias!
2 comments:
Ah Maite, amei! o
Rio é uma maravilha mesmo.
Voltar é dificil, mas cada vez que
vou em porto de galinhas, ou no meu paraíso particular, praia dos carneiros, sinto o mesmo. Um conforto :)
E com o tempo a gente se acostuma.
O Rio é lindo! Voltar é difícil, mas numa cidade rica em cultura, beleza natural e calor humano como essa, pode ser bem mais fácil :)
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