Wednesday, June 8, 2011

J'aime Paris!

   Paris é grande e há muito o que se ver e visitar – inúmeros monumentos, museus, lugares famosos. Ter somente dois dias em Paris é desesperador, mas fizemos o possível. E em meio ao calor, cansaço, preços altos e a multidão de turistas que lotava as ruas, a cidade conseguiu me encantar.
   A viagem de Bruxelas a Paris leva cerca de uma hora e meia, de trem. Cheguei e logo encontrei a Luana - o que foi um alívio porque meu celular não funcionou lá. Pegamos o metrô (3,40 pro dia inteiro, se você tem menos de 26 anos!) e fomos direto ao que interessa – La Tour Eiffel.
   Primeiro a vi de longe, linda com o céu azul e o sol brilhando e tive um daqueles momentos de “Wow! Não acredito que estou aqui!” Andamos em direção a ela, passando por um gramado, fontes, cascatas e estátuas e, quanto mais me aproximava menos acreditava na quantidade de pessoas na fila pra subir. Ainda bem que eu já tinha decidido não perder tempo nem dinheiro (pelo menos não dessa vez). Passamos por baixo da Torre e fomos ao supermercado comprar comidinhas para nosso piquenique – sanduíches, queijo, iogurte, biscoitinhos de côco. Sentamos no parque onde muita gente estava tomando sol, comendo, brincando. Foi uma hora engraçada: primeiro um rapaz de cueca veio conversar com a gente dizendo que era a despedida de solteiro dele e que tinha que conseguir números de telefone de garotas; depois outro cara usando vestido e pantufas corria e gritava no auto-falante: “Vive la vie! Vive la vie!” Achei super fino fazer piquenique ao pé da Torre Eiffel!


   Passamos pelo Hôtel des Invalides, onde o corpo de Napoleão está enterrado - é uma construção linda, com uma abóbada dourada. De lá fomos de metrô até o Arco do Triunfo e tenho que dizer que realmente há algo de triunfo naquele arco! É impressionante e imponente. Andamos pela Champs Elysées e fomos encontrar as meninas (Viktoryia, Karina e Andreza, que vieram dirigindo de Bruxelas) na entrada do Louvre. É legal estar em  lugares que antes só via em filmes, livros e sonhos!
   Deixamos para entrar no Museu no dia seguinte, voltamos ao Arco e Champs Elysées com as meninas, onde vi uma placa dizendo que o inventor Santos Dumont morou lá, e fomos de metrô ao Moulin Rouge (nunca vi o filme, que vergonha!). Outro momento “dã”: descobri que moulin significa moinho, haha! Aproveitamos que estávamos perto e subimos (e quase morri) as escadarias da Sacre Coeur, mas a vista da cidade lá de cima é linda e valeu a pena. Comemos crepe (lógico) e fomos em busca de um café que as meninas queriam muito ver, o Café des 2 Moulins (franceses gostam de moinhos, né!?), do filme O Fabuloso destino de Amélie Poulain (outro para minha lista).

   No dia seguinte nos encontramos com as meninas (depois de umas duas horas procurando o hotel) e fomos de carro a Versailles. Decidimos não pagar para entrar nos jardins porque não daria tempo pra apreciar, mas conseguimos entrar de graça no palácio. Conhecemos o máximo possível em mais ou menos duas horas – puro luxo! Almoçamos, comemos macarons (lógico!) e fomos para o Louvre. Antes de encarar a fila paramos numa das pontes sobre o Sena, onde casais predem um cadeado simbolizando o amor e jogam a chave no rio.
   A fila estava longa porque era de graça (primeiro domingo do mês), mas estava movendo depressa. Faltava menos de duas horas para fechar (claro que o Louvre já estava na minha lista de lugares a voltar com mais tempo e dinheiro). Como todo visitante de primeira viagem, fomos direto na estrela do museu, a Monalisa. Eu já sabia que ela era pequena e nunca entendi a razão de toda a fama, mas ela realmente tem um magnetismo. Vimos também a Vênus e o apartamento de Napoleão – mais luxo!


   As meninas foram embora, eu e Luana comemos algo e encerramos minha visita a Paris!

  Amo viajar e descobrir as maravilhas do mundo, mas também gosto de desmistificar os lugares. Muita gente acha que a Europa é primeiro mundo, que Paris é puro glamour, que as pessoas são melhores. Apesar de linda, histórica e romântica, achei Paris suja, o metrô cheirava a xixi, havia muitos pedintes e imigrantes vendendo bugigangas baratas e até vi uma gangue de adolescentes – meninas – furtando uma turista no metrô. Qualquer lugar tem suas belezas e seus problemas, pessoas bonitas e feias, ricas e pobres, boas e ruins.
   C’est la vie! 

10 comments:

Luana Gazineo said...

Adorei o texto Ana, vc descreveu exatamente como tudo aconteceu!! Me senti revivendo o passeio, mas dessa vez, sentada no sofá, bem convotável, rss. Gostei também dessa sinceridade, pois munda gente pensa que só o Brasil tem esses problemas. Mas é como vc disse, c'est la vie!!! Beijos e muito obrigada pela visita. Nos vemos em algum lugar desse mundão!! Até logo!!

Fran Oliveira said...

Ana, adorei o texto, adorei que vc comeu crepe e macarons! rs! Mas tô louca da vida que vc nunca assitiu Moulin Rouge e Amelie Poulan!Como assim? rs! Eu tenho e te empresto quando vc voltar, viu? hehehe!
Paris deve ser encantadoramente normal como qualquer cidade grande, mas ao mesmo tempo essa cidade tem algum magnetismo, assim como a Monalisa... Vai ver que o ar de lá tem algum mistério! rs!

Bruna said...

Amiga!! Parabensss....cada dia vc escrevendo melhorr!!!e conhecendo lugares lindosss!!!
ti desejo tudo do bom e do melhor!!!
Saudades
Bruna

Certa noite... said...
This comment has been removed by the author.
Jhonny Simões said...

Ah, nem. Fran falou tudo o que pensei em falar. Hehehe. Não pode! Hehe. Lendo seu post sobre Paris, me lembrei da minha (nossa) viagem (relampago) a NYC. Foi bem isso - uma correria pra tentar ver tudo. Como se estivessemos no filme Catch Me If You Can. Por falar nisso, trate de ver os filmes. São lindos.
Sobre o que postou no final, é bom poder ter uma opinião diferente quando todos numa roda dizem que coisa feia só se vê no Brasil.
P.S.: Amaria ler algumas dicas de trem, hotel, passeios e nomes de lugares (como bares e cafés) que visitou.

Ana Elisa Miranda said...

Facebook(Rejane Brito) Ana, amei seu texto. Só agora pude parar para ler. Muito legal. Concordo com vc! Paris é linda, mas é suja e tem suas dificuldades como em qualquer lugar. Isso não lhe tira o brilho, mas nos ajuda a perceber que o glamour não está no título de 1º mundo. Outra coisa que amo na Europa, além de linda, de mágica e de surreal (que ela é tudo isso e muito mais) é o quanto ela me faz valorizar o coração, a acolhida e humor do brasileiro. Isso não tem preço e não se encontra, facilmente, em solos europeus! bj e aproveite tudo de bom que a Europa pode te oferecer. Espero voltar em breve!

Maite Blancquaert said...

Ana, eu tb tive esse mesmo "Uau, estou aqui!!" Paris é mágica, linda, perfeita, mesmo com todos os defeitos reais que vc descreveu no final! Adorei o blog!

Anonymous said...

Que delícia, adoro ler relatos de viagem!

Quando estive na Europa, não deu para ir para Paris, mas com certeza a cidade está na minha listinha de destinos...

A torre Eiffel deve ser muito bonita, realmente fazer um piquenique por lá é luxo puro!

Bjinhos

Juliana said...

Uau...Mais um grande relato sobre Paris. E um relato lúcido. Como diria Certeau "cidade sempre modifica para os habitantes e seus visitantes", sempre gosto desses relatos, dos novos olhares que uma cidade como Paris proporciona. Hemingway escreveu o belíssimo texto "Paris é uma festa", publicado em 1964, parece que ele tinha 22 anos, não sei. O fato é que a cidade luz sempre impressiona. Bem Ana, continue nos blindando com seus relatos. Bjos

Priscilla said...

A riqueza de detalhes dos seus textos faz a gente voltar à Europa! Parabéns! O que me marcou (negativamente)em Paris foi essa gangue de meninas! No primeiro dia de tour pela cidade, fomos paradas por umas meninas (bem grandinhas, por sinal) se fingindo de mudas e pedindo contribuição. Vendo que não caímos no 'migué' delas, partiram em direção a dois asiáticos. Os ingênuos abriram a carteira na frente delas e as mesmas começaram a puxar a carteira de um deles. Uma amiga italiana não aguentou ver aquela cena, foi em direção a eles e salvou os garotos do ataque das 'pivetas', que de mudas não tinham nada!..rs..Ela foi levemente agredida com uma prancheta que as gangueiras carregavam, mas ficou feliz em ajudar os garotos. Bom, por ser a cidade mais visitada do mundo, a gente espera qualquer coisa de Paris!! Alguém aí tem algo a declarar a respeito do golpe do anel?! rsrs..