Wednesday, December 19, 2012

Apocalipse? Terremoc?


Moro no terceiro andar. Acordei assustada por volta das 3h da madrugada com um barulho alto que parecia trovão e que fez tremer o prédio inteiro. Olhei pela janela e vi que parte da cidade estava no escuro. Aos poucos, pessoas saíam para a rua, por medo ou curiosidade. No escuro foram aparecendo lanternas e celulares nas janelas dos prédios. Várias luzinhas e rostos assustados. Voltei para a cama pensando no que faria na hipótese de um desastre maior. Às 3h30, conseguindo cochilar de novo, outro tremor. Acho que muita gente começou a acreditar no fim do mundo.

*

I live on the third floor. I woke up around 3am, scared by a loud noise that sounded like thunder and made the whole building shake. I looked through the window and saw that part of the city was in the dark. Slowly, people left their homes, for fear or curiosity. Flashlights and cell phone lights appeared in the blackout. On the dark apartment windows you could see several lights and frightened faces. I went back to bed thinking about what to do in case something worse happened. At 3:30am, as I fell asleep again, another quake. I think many people began to believe in the apocalypse. 

Sunday, September 23, 2012

Sapus brejeirus




            Sapo é um animal vertebrado da classe dos anfíbios, pertencente à ordem dos batráquios ou anuros (sem cauda no estágio adulto). Variam de dois a 25cm de altura, apresentam corpo abrutalhado e pele coberta de verrugas. Os indivíduos adultos são pardo-escuros, às vezes com manchas. O mais característico dos sapos brasileiros é o sapo-cururu (Bufo marinus), útil ao homem, pois devora insetos que infestam as plantações. Absorvem através da pele produtos químicos da água e do solo e são por isso considerados excelentes indicadores ecológicos da saúde do ambiente.
            Alguns representantes da espécie são célebres, como aquele que foi beijado por uma linda princesa e logo se transformou em um jovem príncipe. E, como num bom conto de fadas, é claro que sua historia terminou com um “e foram felizes para sempre...”.
            E tem também um “muso inspirador” de canções populares: “O sapo não lava o pé, não lava porque não quer, ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer, mas que chulé!” Se bem que levar essa fama não deve ser muito agradável. Hoje ninguém sabe se ele ainda mora naquela lagoa ou se seu problema foi resolvido.
            Porém, a espécie mais intrigante e peculiar é a recém descoberta Sapus brejeirus, cujo habitat natural é uma pequena cidade ao norte do estado de Minas Gerais, Brasil. Os brejeiros levam uma vida pacata de interior, vendo a vida passar num ritmo lento e gostoso. Para ajudar a passar o tempo, eles costumam se ocupar da vida alheia, mas geralmente são inofensivos. É uma espécie dócil e amigável, acolhe com hospitalidade indivíduos de outras espécies e regiões.
            Os brejeiros também migram periodicamente. Alguns se adaptam bem a outros climas, outros não. Uns até tentam disfarçar e negar sua raça, mas todos um dia voltam a seu habitat natural.
            Um costume típico desta espécie foi relatado pelos observadores e denominado Farras constantes. É quando muitos Sapus brejeirus se agrupam em um determinado local, produzem um barulho ensurdecedor e se movem de um jeito estranho. As relações sociais são intensas, principalmente entre sexos opostos. Muitos gostam de beber um tipo de destilado ou fermentado.
            Por fim, cientistas observaram nesta bizarra espécie um mecanismo apurado de defesa e, por que não dizer, fraternidade: os brejeiros podem falar mal à vontade de seu habitat natural, mas se algum estranho se atreve... Viram Feras!

(Ana Elisa Miranda - 2007)


            

Saturday, June 9, 2012

Estava atrasada. Desceu as escadas correndo e virou abruptamente à direita na saída do edifício. Não viu que ele entrava naquele momento, valise numa mão, cigarro acesso na outra. 
Cinco anos mais tarde, ele havia parado de fumar, mas a cicatriz no rosto dela ainda era visível. Seria a eterna lembrança do dia em que se conheceram, da primeira vez que ela o xingou, da primeira vez que ele se desculpou, do primeiro café, dos primeiros olhares, do primeiro beijo. 
Ana Elisa

She was late. She ran down the stairs and turned right abruptly at the building's entrance. She didn't see that he was going in at the same time, briefcase in one hand, lit cigarette in the other.
Five years later, he had quit smoking but the scar on her face was still visible. It would be forever a reminder of the day they met, the first time she called him names, the first time he apologized, the first coffee, the first looks, the first kiss.

Wednesday, May 30, 2012

Mmmm, delícia!

Amigos,

Novidade! Estou representando a marca Up! Essências. São perfumes de alta qualidade porque:
1) trazem as essências da mesma fornecedora das grifes como Dolce & Gabana, Diesel, Carolina Herrera, Armani, Calvin Klein, etc. (olha que testei muito perfume na Europa e nos EUA, hein!);
2) possui 0% (isso mesmo, NADA) de água na fórmula; e o melhor:
3) custa só R$79 o frasco de 50ml. 

Dá pra acreditar?

No meu kit tem o mapa olfativo pra ajudar você a escolher sua fragrância - amadeirado, adocicado, cítrico, suave, intenso? Tem pra todo mundo! Além das amostras pra você sentir. Eu estou cheirosíssima usando o Up! 14, que é semelhante ao Dolce & Gabana Light Blue, uma delícia!

Outra coisa, pra quem está interessado em fazer uma boa RENDA EXTRA, fazendo parte da equipe de marketing multinível da Up! (sem falar que o lucro com cada perfume é de 100%), haverá treinamento oficial neste domingo em Montes Claros e em várias outras cidades, olhem só:

http://www.upessencia.com.br/

Eu vou com minha parceira Dany e em breve estaremos juntas fazendo a alegria desse povo cheiroso!

Quem não se interessar agora, por favor passe a novidade adiante porque com certeza você conhece alguém que adora perfumes e que queira/precise de uma renda alternativa.

Abraços cheirosos, meus amores!!!




Monday, May 28, 2012

Bote um livro pra circular!

"Olá!
Este livro não te pertence. A pessoa que te entregou acha que você gostaria de lê-lo. Caso não se interesse, passe adiante. O importante é não deixá-lo parado. Caso decida lê-lo, conte à autora o que achou e de onde é! Se você ama ler e compartilhar coisas boas, entre na brincadeira e bote um livro pra circular. @anaelisasm ou anaelisasm@gmail.com"

Mensagem escrita num exemplar de Qualquer dia Desses, que despachei pra dar uma voltinha ;) A ideia não é minha - li em algum lugar na internet e achei interessante, pois compartilho da filosofia de que livro não foi feito pra acumular poeira na estante. Portanto, vamos emprestar nossos livros, gente!

Thursday, May 24, 2012

Voltei ao Brasil. E agora?



     Estou em casa há sete semanas. Lógico que já me adaptei, pois vivi a maior parte da minha vida aqui e tudo é familiar. O que não significa que me conformei ou acomodei - com tanto tempo livre (férias, desemprego, transição de carreira?) o que mais tenho feito é refletir. Bate uns momentos de incerteza, desânimo, outros de tranquilidade e confiança que tudo vai dar certo.
     Dúvidas, insônia, dores de cabeça, então me pergunto: será que rodei o mundo e não aprendi nada? Continuo nesta busca de sabe-se lá o quê! Mas daí eu mesma me respondo: no dia em que eu chegar a uma resposta definitiva, a um estado de graça, não terei mais sonhos ou motivação.

     Decidi que ao invés de focar no que NÃO tenho feito (não tenho me dedicado à meditação e à escrita o quanto gostaria) e me sentir frustrada, vou parar um pouco e pensar nas pequenas coisas boas que tenho feito e descoberto:

 1- Família: na maior parte do tempo é cada um ocupado com seus afazeres e hobbies, mas há aqueles momentos em que de repente está todo mundo sentado em volta da mesa. Momentos assim são fantásticos! Assistir a um filme com os irmãos, cozinhar, ajudar uma prima a conseguir o primeiro emprego, deitar no colo da mãe, é disso que eu sentia falta.
  2- Comida: Tenho tentado manter a forma, mas a melhor comida do mundo é a brasileira e a melhor comida brasileira é a mineira, preciso dizer mais nada.
  3- Exercício: pra compensar o item acima, tenho caminhado/corrido no parque. Essa energia e motivação eu aprendi na Bélgica. Meu parque não é como o do Castelo de Gaasbeek, mas é ótimo pra pensar (escrevi metade deste texto lá).
   
           Saudável e em forma, bem alimentada de nutrientes e amor, passo os dias a estudar. Isso mesmo, eu estudo nas férias! Espero excelentes oportunidades de trabalho nos próximos meses e quero estar preparada.
 1- Comecei um curso de Pós-Graduação em Neuropsicologia Educacional (que nome chique!) e espero aprender muito. Fugi da pós em Língua Inglesa porque estou louca pra aprender algo novo, mas que enriqueça minha prática em educação. Além disso, me dei esses 14 meses de curso para me decidir e preparar para o passo seguinte.
 2- Francês e Holandês: não tenho vergonha de admitir que morei lá um ano e não fiquei fluente. Só por milagre, viu, porque as duas línguas me confundiram bastante. Meu francês não é perfeito mas sofreu uma melhora gritante. Meu holandês ainda é sofrível, mas não desisto. Devagar e sempre - uso livros, gramática, emails e chat com amigos, vídeos, notícias online, tudo o que for útil para a aprendizagem.
  3- Escolas, métodos, inovações em Ensino de Língua Inglesa: ano passado fiz um curso de TEFL (Teaching English as a Foreign Language) e tenho certificado para lecionar em vários países! Tenho ficado antenada aos diferentes métodos de ensino e novidades na área (turmas multinível, aulas via skype, telefone, etc).
 4- Empreendedorismo, marketing de rede, enriquecimento pessoal: é minha novidade pessoal. Tenho pavor a ficar estagnada, quero aprender e crescer. Foi a Quézia (ex colega da faculdade, inclusive uma das pioneiras das Au Pairs de Montes Claros) que me apresentou a empresa e o conceito, que me interessou muito. Vou fazer o treinamento de vendas da Up! Essências e logo estarei no time de representantes. Se dará certo ou não, se terei sucesso no ramo, só há um jeito de saber! Depende também do ponto de vista: aprender habilidades novas e conhecer pessoas já valerá a pena.

Na empolgação, já li dois livros:
a)      Rich Dad, Poor Dad (Pai Rico, Pai Pobre) de Robert Kyiosaki. Sua principal lição é não trabalhar por dinheiro e sim deixar o dinheiro trabalhar por você (se você possui um negócio que não requer tanto sua presença por exemplo). Ele recomenda ao jovem começar a buscar empregos mais pelo quanto vai aprender do que pelo que vai ganhar; fazer cursos, seminários, palestras que vão te ajudar a crescer no negócio e se rodear de pessoas inteligentes. Você deve também se inspirar nos seus heróis e pensar grande.
b)      A menina do vale, de Bel Pesce. Conheci a história da Bel enquanto lia o site Pequenas Empresas, Grandes Negócios. Pensei “Oba! Ebook grátis!” e antes de eu terminar de ler, todo mundo só falava nela. Menina porreta, essa! A história dela em si já é inspiradora e o livro dá dicas de sucesso no mundo empreendedor. O que mais marcou sua fala, para mim, foi a importância de haver paixão pelo que se faz e acredita, trabalho duro e em equipe, flexibilidade e humildade para se ver os erros e consertá-los a tempo.


     Tudo o que leio eu tento filtrar e transferir para minha realidade. Estou de mente aberta à procura de boas ideias. Por exemplo: como inovar no ensino de inglês? O que os alunos querem ou precisam? O que não funciona e precisa mudar? Sobre o quê as pessoas querem ler? Como posso desenvolver minha escrita para tocar mais a vida das pessoas?

     Me veio uma explosão de inspiração, percebi que nem escrevi sobre a última viagem (Valência) e ainda quero refletir mais sobre alguns dos assuntos acima, sobre o que aprendi sendo Au Pair e ainda tirar uns continhos do rascunho, mas já escrevi bastante e agradeço aos pacientes leitores que me dão apoio até hoje! Deixem comentários e ideias abaixo, please – por favor – s’il vous plait – alstublieft!

Monday, March 12, 2012

Antiga, mui nobre sempre leal e invicta cidade do Porto


Portugal foi a viagem mais esperada, merecida e curtida depois desse inverno longo, congelante e escuro. Estava pronta para um calorzinho, para falar português e relaxar. Postei no Facebook que estava à procura de companhia para a viagem e um dos meninos daqui se dispôs a ir comigo. 
Chegamos na sexta à noite, pegamos o metrô e encontramos o hostel facilmente. Já me senti em casa. Localização perfeita, perto do Douro, dos bares, lojas, transporte, praças, tudo! Casa limpa, decoração interessante, e o mais importante: pessoal super legal, ou “fixe”.
Na primeira noite já experimentei um dos pratos típicos locais: a francesinha. É um misto com vários tipos de carne, com queijo por cima e molho ao redor, servido em um prato e deve ser comido de garfo e faca. É gostoso e bem pesado, os molhos variam de acordo com o restaurante. Alguns acrescentam ovo e outros servem com batata frita. O meu foi simples, com um molho apimentadinho, adorei. Porém já cheguei cometendo gafe: pedi um Porto para acompanhar (já queria beber meu primeiro Porto em Porto, né?) e o garçom disse que não se bebe Porto enquanto se come, que é pra ser degustado. Ok, primeira lição aprendida.
Na manhã seguinte andamos um pouco pela vizinhança e nos deparamos com uma fila enorme de jovens cantando, tocando violão, etc. Ficamos curiosos e não custava nada perguntar – eles estavam fazendo teste pra programa Ídolos! Continuamos pela beira do Douro, admirando as pontes, as casas da velha cidade, o clima de tranquilidade. Não me preocupei com mapas e direções, só queria relaxar e admirar.
A cidade tem muitas subidas e descidas, ficava cansada rapidinho! Muitas ruas são estreitas e formam um pequeno labirinto e ficamos um pouco perdidos, mas seguindo na direção certa, eventualmente voltávamos  ao hostel.
Fizemos o passeio gratuito que um grupo organiza com hóspedes de outros hostels. De uma vez só vimos bastante da cidade, escutamos ótimas histórias e conhecemos mais gente legal. A guia contava as histórias dos monumentos e personagens históricos de um jeito bem interessante e diferente, nada maçante. Os prédios, casas, igrejas, monumentos e ruas são lindos e dão vontade de ter uma máquina do tempo e voltar pra ver como era a vida. Mas por enquanto a imaginação serve. Algumas construções são semelhantes às de Ouro Preto e cidades antigas do Brasil, feitas provavelmente na mesma época e estilo. A maioria das casas estão em bom estado, mas outras foram completamente abandonadas e estão caindo aos pedaços.
No almoço comi outro prato típico: bacalhau. Cruzamos a ponte e encontramos um restaurante bacana em Vila Nova de Gaia. O bacalhau estava bom, mas não é meu preferido, muito salgado. Eles serviram acompanhado de batata doce pra balancear, mas mesmo assim. A sobremesa, tarte de nata, estava deliciosa, tenho certeza que engordei nesse passeio. Concordo com quem nos recomendou comer em Gaia – a vista pra Porto é bem mais bonita! Sentamos na beira do rio após o almoço, no sol, relaxando e admirando os barcos, a cidade, as pessoas. Não me canso de dizer o quanto eu amei esse passeio, o quanto eu estava feliz lá. Não sei se foi a cidade em si, ou o clima que elevou meu ânimo. 18 graus, sol, não precisar de várias camadas de roupa – paraíso! Mas Porto é mesmo linda e possui várias faces, eu definitivamente moraria lá!
Dormi cedo no primeiro dia pra aproveitar o domingo, que foi o melhor dia da viagem. Visitamos a Igreja de São Francisco, que por dentro é coberta em ouro (brasileiro) e depois fomos de ônibus até a praia. Eu queria chorar de tanta alegria. Uma praia linda, uma sensação de tranquilidade, paz, uma vontade de sentar ali e não ir embora. Almoçamos sentados no sol, olhando o mar. Desta vez pedi filés de pescado, com salada e arroz. Cada refeição era um momento único. À tarde fizemos um passeio de barco, que dura mais ou menos uma hora e é uma delícia se o clima está bom. Como sou a viajante mais sortuda, o sol estava brilhando e aproveitamos a paisagem e o vento no rosto. Depois, tentamos encontrar a cave Taylor’s para uma visita e degustação, mas ela fica bem escondidinha numa subida e quando chegamos lá, já estavam fechando. Mas nos ofereceram exemplos do Porto branco e vermelho. A vista de lá de cima também fez valer a pena a caminhada. 
À noite fomos ao festival Essência do Vinho (em Portugal! Tenho que frisar!). Podíamos experimentar quantos vinhos quiséssemos - havia centenas de produtores e ainda bem que não deu tempo de beber muito, pois fecharam às 20h. No dia seguinte: estômago ruim e a vaga lembrança de ter conhecido meus novos colegas de quarto. Comi um pãozinho seco, bebi um pouco de água e uma aspirina, conversei um pouco com o holandês e o brasileiro e mandei o Jimmy ir fazer compras enquanto eu dormia um pouco. Eu tinha que beber vinho até morrer em Porto mesmo né?!
Depois que melhorei, fomos à Casa da Música, uma parte bem diferente da cidade, mais comercial, moderna. O prédio é muito diferente, branco, geométrico e com rampas ótimas pra skatistas do lado de fora. No último andar há um restaurante e um terraço e tomamos um suco de laranja sentados ao sol. Que vida boa!
Andamos de lá até a praia (mais de uma hora) e vimos uma outra parte de cidade, residencial, também mais moderna. Definitivamente, Porto tem várias faces e agrada a todos. Almocei um strogonoff delicioso e experimentei polvo, que o Jimmy pediu. Foi preparado fresco, como uma salada com ervas, gostosinho, interessante.
À noite o pessoal do hostel foi todo junto para o Carnaval. As ruas estavam abarrotadas de gente fantasiada, os bares lotados. Adorei a festa que fomos, música ótima, galera divertida – ninguém bate as australianas!
Na terça-feira queríamos ir a Guimarães, mas os trens (ou comboios) estavam em greve. Resolvemos pegar um ônibus (autocarro) e fomos parar em Braga. Comi a maior e mais barata refeição da minha vida – um cozido de várias carnes e legumes, arroz, sopa, refrigerante e salada de frutas por 6,50! Lá conhecemos uma igreja linda e comprei um azulejo com a inscrição “Família Miranda”. O tempo inteiro que estive em Porto lembrei de pai e mãe e como eu queria trazê-los aqui e compartilhar tudo que vejo e vivencio. Ainda havia pessoas fantasiadas nas ruas e destaque para as crianças: as coisinhas mais fofas do mundo!
No último dia, quarta-feira, andei sozinha pelas ruas, comprando souvenirs. Foi uma sensação boa, a independência, paz. O Jimmy foi mais cedo para o aeroporto, eu almocei com o Tiemen e fomos juntos. Já me deu aquela depressão pós férias, mas estava feliz de voltar e planejar a próxima viagem: Espanha!

Tuesday, January 17, 2012

Bélgica


Sempre que me perguntam por que escolhi morar na Bélgica, respondo que na verdade a Bélgica me escolheu. Minha vontade de morar na Europa, viajar mais e aprender outra língua me levou a ser Au Pair novamente e conheci a família perfeita, que vive na Bélgica.
Estava tão certa do que queria que não hesitei por muito tempo. Aceitei morar com eles, organizei toda a documentação, fiz as malas, disse meus adeus e vim.
Vim sem saber o que esperar, sem expectativas ou pré-conceitos. Passei duas semanas no litoral, observando, explorando e aprendendo. Me adaptando à família e eles a mim. Tendo muitas dores de cabeça por escutar holandês demais.
De volta à vila, me dei conta do lugar lindo que moraria por um ano. Muito verde, silêncio, animais e... um castelo de verdade! Comecei a fazer caminhadas no parque em volta do castelo. Até hoje mal posso acreditar na minha sorte.
A Bélgica é dividida em duas partes: a holandesa e a francesa (na verdade três, mas a parte alemã é tão pequena!). A capital, Bruxelas, é bilíngue. Moro na parte holandesa, mas em meia hora estou em Bruxelas escutando francês e várias outras línguas. Outra coisa que me impressionou na capital é o número de imigrantes, principalmente africanos e muçulmanos – mulheres usando véus, roupas típicas super coloridas, etc.
Como típica turista, logo visitei os monumentos e símbolos da cidade – Atomium, Manneken Pis, Grand Place, Palácio Real, etc. Aprendi a usar o metrô, a me localizar e a circular a pé. Fui a eventos e shows no verão, vi o Steven Spielberg e o Arnaldo Antunes. Bruxelas começou a se tornar familiar pra mim, mas nunca perco a sensação de insegurança que sinto ao andar pelas ruas da cidade. Como várias capitais, há gente de todo lugar e muitas dessas pessoas se comportam de um jeito estranho.
Fiz aulas de holandês e aprendi algumas coisas com a família e os amigos. Às vezes entendo o contexto, mas desisti de querer falar essa língua. Comecei minhas aulas de francês e estou evoluindo bastante. Entendo bem, leio e arrisco falar um pouco e me viro bem!
Não dá pra falar de Bélgica sem falar das cervejas, dos chocolates, dos waffles e das fritas! Primeiro: há uma lista gigante de cervejas fabricadas aqui, de marcas conhecidas a pequenos produtores, cervejas fracas e outras fortíssimas, cervejas tradicionais ou com sabor de fruta. É o paraíso da cerveja!
Os chocolates são também deliciosos e há até museu do chocolate. O hábito mais diferente e engordativo que aprendi foi comer pão com Nutella no café da manhã. Todos os dias. Bom, tive que parar, porque senão...
A cada esquina há uma barraquinha de fritas, que são vendidas em cones ou caixinhas de papel e acompanhadas de molhos, principalmente maionese. Nas vendinhas de waffles eles são feitos na hora. Não dá pra resistir ao aroma! Waffle com calda de chocolate, waffle com sorvete, waffle com chantilly e frutas!
Este pequeno país no coração da Europa, dividido, sem governo central, realmente conquista seu coração!
Das águas frias do litoral aos canais da linda Brugge, de Flandres à Wallonia, da capital ao campo, das viagens de trem, dos moinhos, dos castelos e igrejas antigos, do orvalho congelado pela manhã, dos patos, ovelhas, pôneis, veados e pássaros, da chuva, do vento forte, dos passeios de bicicleta e, mais que tudo, das amizades e da família, das inúmeras risadas regadas a cerveja, dos filmes, dos jogos, das viagens e caminhadas, das pessoas que abriram seus braços para me receber – vou sentir saudades.